O desenvolvimento da personalidade na fase escolar

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O que ocorre com a criança pequena ao entrar na escola? Sabemos o quanto ela é moralmente influenciado, contudo, o que dizer quanto à sua personalidade? Vamos então, retomar alguns conceitos teóricos!

Ao ingressar na fase escolar, passando pelos períodos da latência, da dependência realista, a criança passa a formar efetivamente seu autoconceito, uma vez que suas experiências lhe conferiram a possibilidade de constituir a identidade pessoal por meio do conhecimento de si, passando a, gradativamente e por intermédio da relação consigo e com seus pares, a reconhecer desejos, angústias, sentimentos, peculiaridades, distinguindo suas características físicas das psicológicas.

Ela passa a diferenciar o eu do outro, relacionando-se com os que admira, estabelecendo padrões de aproximação. Assim, o autoconceito torna-se gradativamente menos global e mais específico, diferenciado. Sua crescente capacidade cognitiva atribui um maior grau de abstração em seu pensamento, que passa a ser externalizado pela linguagem. Ele desenvolve paralelamente um aspecto avaliativo de si, julgando-se continuamente. Nesse sentido, o desenvolvimento de sua autoestima está diretamente ligado às experiências que a família e escola vão lhe propiciar. Por isso, somos sim favoráveis às exeperiências sensíveis e de descentração que somente a escola e a relação com os amigos não diretamente vinculados à família podem oferecer. Isso se a escolha da escola for pauta em critérios claros, principalmente focando a qualidade do processo educativo e dos profissionais atuantes.

As primeiras experiências escolares são decisivas para a personalidade
As primeiras experiências escolares são decisivas para a personalidade

A primeira imagem que a criança constitui de si é construída na base familiar e suas relações, que contribuem diretamente para a formação de sua personalidade. Na fase escolar, ela é capaz de modificar ou confirmar seu autoconceito, por intermédio das relações sociais.

Alguns ambientes favorecem diretamente a formação da independência e do autoconceito da criança, como o ambiente democrático, com regras e situações pautadas na equivalência e autonomia moral, o ambiente participativo, em que a criança faz uso constante da linguagem e manifesta-se livremente, o lar organizado, que mantém uma rotina que transmite segurança e organização à criança, os ambiente solidários, os afetuosos, ambientes incentivadores da independência, ambiente material rico e diversificadamente satisfatório, ambientes incentivadores da leitura.

Ambientes estimulantes resultam em conexões e experiências sensivelmente potentes
Ambientes estimulantes resultam em conexões e experiências sensivelmente potentes

Na escola, à medida que realizam operações matemáticas, propostas de leitura e escrita etc, as crianças tornam-se mais aptas a alcançarem níveis mais altos de abstração, refletindo mais sobre a realidade e desenvolvendo sua autoestima. Seu processo de individualização vai se desenvolvendo paralelamente ao seu conceito acadêmico, relacionado às experiências escolares e avaliações positivas sobre sua capacidade. A conduta do professor e suas expectativas sobre o aluno são fundamentais para a formação moral e intelectual do alunos.

O professor seguro, com autoconceito positivo de si, capacidade de liderança, geralmente influenciam os alunos mais positivamente, pois aproximam-se destes, desenvolvem ambiente construtivo e dialógico.

About the Author

A autora do site é nascida na cidade São Paulo, e o Curso Normal/ Magistério foi a primeira opção na área docente antes do ingresso na faculdade de Letras da USP, onde concluiu a dupla habilitação português/ alemão em parceria com a EDUSP. Em seguida, cursando pedagogia e a primeira especialização em Moralidade e Relações Interpessoais na Escola, a formação continuada prosseguiu como uma premissa maior, com cursos como Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Psicomotricidade e especializações como Bilinguismo e Educação Infantil. Atualmente, também é mestra em Ciências da Educação. Paralelamente, atuou continuamente na Educação Infantil, onde se estabeleceu há mais de 20 anos, assumindo diversas funções até atuar na diretoria de segmento. Também ofereceu diversos cursos e formação por meio de assessoria pedagógica especializada, é ávida leitora, apaixonada pela experiência educativa de Reggio Emilia e considera-se uma eterna aprendiz, seja em contextos locais ou internacionais.

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